quinta-feira, 16 de abril de 2015

Um pouco mais de paciência.

"O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência"
Se o mundo espera de nós porque devemos nós esperar do mundo, um pouco mais de paciência?
Isso me faz pensar no meu tamanho diante do mundo, ou melhor, no meu significado por aqui.
Vivo um dia após o outro, sempre correndo, com muitos afazeres e, quando paro, sinto que poderia ter feito mais por alguém.
Não estou falando de solidariedade (o que não deixe de ser uma virtude), mas de gentileza, de respeito, de carinho.
É muito simples e extremamente egoísta (e corriqueiro) olharmos para alguém com ar de superioridade como se algo em nós nos fizesse melhores que o outro em algum sentido. Longe de mim dizer que as pessoas não possuem qualidades notórias e que mereçam certo valor, mas o que tento explicar é que nada em nós nos dá o direito de sermos "julgadores" do outro.
E esse termo "julgadores", uso para definir momentos em que preferimos falar mal e/ou ignorar do que abraçar. Do que ouvir.
Certo dia, li a história de um homem que frequenta a Cracolândia em São Paulo-SP. Com trajes simplórios, jeito "suburbano" de falar, ele conta que a sua vida têm sido uma luta. Luta para viver, comer e contra o vício. Disse que haviam muitos meses em que não parava para conversar com alguém e que as pessoas tinham medo dele. O que aconteceu na verdade é que ele tinha ido tentar a vida na cidade grande como qualquer homem sonhador. Não deu certo. Não tinha dinheiro, emprego e nem "cara" de voltar pra casa. O resultado foi um longo processo depressivo que o fez se aproximar das drogas e de todas as coisas adjacentes à elas.
Histórias como essa me fazem perceber a necessidade de parar urgentemente de julgar as pessoas e passar a exercitar o amor.  Isso não quer dizer que devo parar de me preocupar ou que devo me calar diante de algo errado. Não. Preciso amar as pessoas. Preciso ter mais paciência. Preciso respeitar as diferenças e cuidar.
Eu sempre erro. Sou a maior consumidora de erros do planeta. E sei que todos nós não fugimos muito disso. Então, quem sou eu para esperar que o outro seja inferior a mim? Como já disse por aqui uma vez, os nossos erros podem despertar o melhor de nós quando o reconhecemos, logo, porque não esperar o melhor das pessoas?
A inconstância humana nos dá a prova de que um dia é da caça e outro e do caçador, logo é inútil viver acreditando na auto-soberania/suficiência. Não faz sentido algum.
Essa semana, me deparei com um texto, simultaneamente, bonito e intrigante onde falava de algo semelhante ao que estamos falando: " [...] Agradeça suas condições! Aprenda a não reclamar somente! [...] não finja ser algo que não é (isso é feio)! [...] Saiba que todos somos susceptíveis a errar novamente. Então não julgue, ajude. Isso é uma atitude de amor." (Vitor Porto) .
 Não é de hoje que somos massacrados com histórias tão tristes ou mais quanto a deste homem acima e, não vejo outra saída senão termos atitudes de amor. O silêncio  ainda é o melhor remédio para a inconstância, mas nunca será a solução de nada. O grito, nunca serviu para nada. A paciência, pelo contrário, é digna, é dom de Deus, gera esperança
e pode ser adquirida com o tempo.
Os dias já são duros demais para vivermos na defensiva e no egoísmo. Abrace, tome cafés , prove o que é novo. seja paciente, respire.
Não julgue, ajude. Isso é uma atitude de amor.
Seus dias/coração agradecem.