segunda-feira, 15 de junho de 2015

Quanta sorte. Ou nem isso.

Hoje achei vinte reais na rua. Vinte reais. Para um universitário isso significa: 6 idas ao Restaurante Universitário. ou 200 cópias de xerox ou 8 salgados grandes ou até mesmo o valor de uma multa de um dia de 10 livros na biblioteca.
Quanta sorte, muitos diriam.
Certamente, muitas pessoas atribuem significado à esses acontecimentos. Pesquisando descobri que achar dinheiro na rua significa que alguma mudança positiva está para acontecer.
 Besteira.
Eu descobri (com minha digníssima inteligência suprema de uma morsa idosa) que o significado daquilo era que alguém estava com o bolso furado.
Percebi então que na verdade o fato de ter achado o dinheiro me despertou a curiosidade de saber o porque que as pessoas acreditam tanto na sorte - que é difícil de alcançar e fácil de perder - e não em algo que seja real e fiel?
A última vez que tive "sorte" foi quando ganhei um aparelho de DVD na escola. Tinha uns 15-16 anos (sim, já faz um tempinho), mas nunca me dei conta que vivi todo esse tempo seguinte sem sentir a falta dela.
E ainda refletindo sobre isso e diante de estrondosas notícias que recebi hoje, entendo, mais uma vez, que a sorte, definitivamente não existe. Qual a possibilidade de, entre trilhões de farpos de palha, encontrar uma agulha? Ou até mesmo quatro?
O que estou querendo dizer é que, o que deveria mover o ser humano, não é a vontade de vencer, mas a sensação de continuar acreditando. Porque essa sensação permite com que esperemos o próximo dia com esperança e a esperança transforma angústia em gratidão.
Tudo isso só é possível porque existe amor. Um amor maior que tudo isso. Um que desbanca qualquer boa sorte, qualquer trevo de quatro folhas...
"Sabemos que estamos vivendo uma vida plena N'Ele, e ele em nós, porque Ele nos deu vida que procede da sua vida, que vem do seu Espírito. Além disso, vimos por nós mesmos e continuamos a afirmar que o Pai enviou seu Filho para salvar o mundo.  Deus é amor. Quando passamos a habitar permanentemente no amor, vivendo uma vida de amor, vivemos em Deus e Deus vive em nós. 
É por saber disso que abraçamos de coração esse amor que procede de Deus." 

Amor que permanece e que faz nascer mais amor em muitos outros corações para que não precisemos de sorte tampouco muita sorte para viver, de fato, uma vida fantástica e grata.
O amor de Deus impulsona vida e esperança. Vida em abundância.
E nada pode nos separar de tudo isso.
 Para toda a sorte do mundo, desejo todo o amor de Deus.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Não basta ter a cabeça no lugar.

Eu estava preparando um conto para publicar esta semana (já fazem meses que estou querendo voltar com os contos) mas me deparei com um frase que muito me instigou. O cara que a escreveu é autor do famoso livro "Eu me chamo Antônio". Seu nome, Pedro Gabriel. Ele publicou em seu Instagram a seguinte frase: "Não basta ter a cabeça no lugar. O coração também não pode se deslocar." 
Ok, foram duas frases. 
Pare e pense, quantas pessoas chegaram em você e reclamaram que estão muito cansadas ou muito estressadas ou doentes? Estamos em maio de 2015. Nem 50% do ano se passou ainda.
Tenho muitas amigas psicólogas e estudantes de psicologia e lendo muito também percebi a veracidade do diagnóstico mundial : o stress é o mal do mundo. Cerca de 70% das doenças cardiovasculares são desencadeadas pelo stress.
E aí eu penso.. Onde vou parar? [...]
Eu tenho uma agenda extremamente rosa onde eu anoto tudo que tenho que fazer. Se deixar de anotar alguma coisa, aquilo simplesmente não existe pra mim. Também tenho um aplicativo onde gerencio os compromissos relacionados somente à faculdade.  Logo, minha cabeça está sempre no lugar mediante minha rotina.
Muitos compromissos,muita responsabilidade e muita coisa pra fazer me deixam atordoada. E isso, as vezes, afeta meu humor. Quem me conhece sabe o tanto que isso é difícil, mas acontece. Provamos aqui que, apesar da minha cabeça estar no lugar, meu coração muito se deslocava.
Muito tempo se passou sem que eu percebesse isso. Até que uma viagem me despertou.
(Obs: Falo muito dessa viagem porque foi muito especial.)
Conheci um lugar ligeiramente diferente daqui. Pessoas, língua, comida e costumes ligeiramente diferentes.
A brisa fria da cidade me abraçava e convidava para conhecer e aproveitar cada pedacinho de tudo.Sim, aproveitei. A música ritmava meu coração como se fosse um blues romantizado. A dança, os sorrisos, os carros e a natureza daquele lugar me renovaram.  E me senti livre. Como se o mundo me abraçasse e me desse uma nova oportunidade de ser feliz. Exagero? Pode até ser. Mas lá eu percebi quantos momentos eu já havia desperdiçado. Ou o quanto meu coração havia se deslocado. Pude ver que poderia ter vivido tudo aquilo aqui mesmo, onde estou. Com as pessoas que me cercam.
Então, procurei começar os dias de forma diferente e então, adotei algumas medidas alegres para isso e compartilharei com você, querido (a) leitor (a):

  1. Cultive o hábito da leitura.
Eu amo ler, mas demoro séculos para terminar um livro. Motivo? Acho milhões de coisas pra fazer no lugar da leitura. Ler aumenta o seu vocabulário, distrai a mente e alivia os olhos.

     2.  Caminhe ouvindo música.
Eu amo caminhar e descobri que ouvir músicas enquanto se faz isso é melhor ainda. Escolha músicas que mexem com você no sentido de trazer paz, alegria.

    3.  Conheça novas pessoas.
Conheça aquela velhinha que mora na esquina da sua casa. Certamente ela tem muitas histórias pra contar. Conheça, de verdade, as pessoas. Vai por mim, você vai se impressionar.

    4. Viaje.
Nem que seja para a cidade do lado da sua. Mude um pouco de ambiente. Sentir o costume de outras pessoas, o que elas comem, como se vestem, como se comportam...É fascinante.

    5. Dance.
Sim, eu também não sei dançar. E daí? Dance sozinho no quarto, com um amigo, com sua mãe, com aquela velhinha da esquina. Dance. Dançar libera endorfina, o que nos faz sentir bem. Sem falar que é muito divertido!

   6.  Escreva.
Escreva para você mesmo. Para um amigo. Para Deus. Escrever é uma arte pouco explorada em nós. E, escrevendo, podemos nos conhecer melhor e exprimir ao máximo o que sentimos.

Não basta ter a cabeça no lugar, é preciso respirar. O coração também não pode se deslocar.
Perceba o movimento do vento e dance conforme a brisa.
Acredite, ainda há beleza no mundo.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Um pouco mais de paciência.

"O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência"
Se o mundo espera de nós porque devemos nós esperar do mundo, um pouco mais de paciência?
Isso me faz pensar no meu tamanho diante do mundo, ou melhor, no meu significado por aqui.
Vivo um dia após o outro, sempre correndo, com muitos afazeres e, quando paro, sinto que poderia ter feito mais por alguém.
Não estou falando de solidariedade (o que não deixe de ser uma virtude), mas de gentileza, de respeito, de carinho.
É muito simples e extremamente egoísta (e corriqueiro) olharmos para alguém com ar de superioridade como se algo em nós nos fizesse melhores que o outro em algum sentido. Longe de mim dizer que as pessoas não possuem qualidades notórias e que mereçam certo valor, mas o que tento explicar é que nada em nós nos dá o direito de sermos "julgadores" do outro.
E esse termo "julgadores", uso para definir momentos em que preferimos falar mal e/ou ignorar do que abraçar. Do que ouvir.
Certo dia, li a história de um homem que frequenta a Cracolândia em São Paulo-SP. Com trajes simplórios, jeito "suburbano" de falar, ele conta que a sua vida têm sido uma luta. Luta para viver, comer e contra o vício. Disse que haviam muitos meses em que não parava para conversar com alguém e que as pessoas tinham medo dele. O que aconteceu na verdade é que ele tinha ido tentar a vida na cidade grande como qualquer homem sonhador. Não deu certo. Não tinha dinheiro, emprego e nem "cara" de voltar pra casa. O resultado foi um longo processo depressivo que o fez se aproximar das drogas e de todas as coisas adjacentes à elas.
Histórias como essa me fazem perceber a necessidade de parar urgentemente de julgar as pessoas e passar a exercitar o amor.  Isso não quer dizer que devo parar de me preocupar ou que devo me calar diante de algo errado. Não. Preciso amar as pessoas. Preciso ter mais paciência. Preciso respeitar as diferenças e cuidar.
Eu sempre erro. Sou a maior consumidora de erros do planeta. E sei que todos nós não fugimos muito disso. Então, quem sou eu para esperar que o outro seja inferior a mim? Como já disse por aqui uma vez, os nossos erros podem despertar o melhor de nós quando o reconhecemos, logo, porque não esperar o melhor das pessoas?
A inconstância humana nos dá a prova de que um dia é da caça e outro e do caçador, logo é inútil viver acreditando na auto-soberania/suficiência. Não faz sentido algum.
Essa semana, me deparei com um texto, simultaneamente, bonito e intrigante onde falava de algo semelhante ao que estamos falando: " [...] Agradeça suas condições! Aprenda a não reclamar somente! [...] não finja ser algo que não é (isso é feio)! [...] Saiba que todos somos susceptíveis a errar novamente. Então não julgue, ajude. Isso é uma atitude de amor." (Vitor Porto) .
 Não é de hoje que somos massacrados com histórias tão tristes ou mais quanto a deste homem acima e, não vejo outra saída senão termos atitudes de amor. O silêncio  ainda é o melhor remédio para a inconstância, mas nunca será a solução de nada. O grito, nunca serviu para nada. A paciência, pelo contrário, é digna, é dom de Deus, gera esperança
e pode ser adquirida com o tempo.
Os dias já são duros demais para vivermos na defensiva e no egoísmo. Abrace, tome cafés , prove o que é novo. seja paciente, respire.
Não julgue, ajude. Isso é uma atitude de amor.
Seus dias/coração agradecem.





sexta-feira, 20 de março de 2015

Segunda chance.

Escuto o barulho da chuva tão aclamada, sinto seu aroma e desejo do mais fundo do meu coração que, assim como ela lava os postes, banha as árvores e leva pelas ruas toda sujeira que existe nela, ela leve também todos os meus erros.
Todas as vezes que chove, é como se a natureza dessa uma nova chance para o mundo de não se sujar outra vez e, pasmem, ele se suja de novo.
Posso estar viajando agora, mas são nesses devaneios que costumo perceber certas coisas.
O que as pessoas não fariam por uma segunda chance? Por uma terceira chance?Quarta? Milésima?
Quantos milhões de euros valeriam uma nova chance de não errar? De não cometer a mesma estupidez?
Quanto vale a chance de reparar?
É provável que um discurso desse passe na cabeça de quem experimenta a dor e a sensação de estar perto do caos ou da morte. Mas porque é preciso esperar?
E quando o dever de dar esta chance está em nossas mãos? Parando com as perguntas e sem respostas pra elas, sigo meu discurso.
Paro pra pensar que ninguém é bom o bastante para deixar de perdoar e deixar de permitir que o outro tente novamente ou que a situação possa trazer, finalmente, algo bom.
Um amigo uma vez me disse que algo ruim que aconteça conosco pode ser um erro irreparável, mas ele pode despertar o melhor de nós. Assim, penso que as segundas chances estão aí pra isso. Para despertar o melhor das pessoas. Mesmo que ela tenha que aparecer mais de uma vez.
Não que elas (as segundas chances - repare no plural) devam existir para justificar ou pagar os erros cometidos. Acredito que elas existam para despertar a noção de que se pode ser melhor e menos passível à quedas.
Eu realmente acredito no melhor das pessoas, Pode ser inocente da minha parte, mas se Cristo (sendo Cristo) acredita nisso e me dá segundas chances todos os dias, quem sou eu pra deixar de acreditar que alguém pode ser melhor? Não faz sentido.
Vivemos num caos eminente e existente. Eminente lá fora onde todos lutam ou não percebem a necessidade de lutar e existente porque permitimos que nosso orgulho e ego nos ceguem a ponto de deixarmos de perceber a beleza que é ter/dar uma nova chance.
Todos os dias isso nos é possível.
Todos os dias a chance é dada a nós.
Todos os dias podemos vivê-la e ver outros viverem-na.
Será que não poderia ser mais simples? Espero ter mais chances de tentar acertar.
"Come on guys, let's take another chance to this". - Disse o diretor de um pobre filme que não tinha nenhum recurso ou condição de vir a ser um sucesso e que foi um dos que mais ganhou Oscars na história da dramaturgia mundial.
" O amor leal do Eterno não pode ter acabado, Seu amor misericordioso não pode ter secado. Eles são renovados a cada manhã. Como é grande tua fidelidade! Eu me apego ao Eterno (digo e repito). Ele é tudo que me restou.  O Eterno se mostra bom para aquele que espera nele, para a mulher que busca com diligência. Boa coisa é esperar em silêncio, esperar a ajuda do Eterno." Lamentações 3:22-27

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Tão perto e tão longe.

    "Tudo deve ser tornado o mais simples possível; porém não mais simples que isso". - Albert Einsten
Em outros textos deste mesmo blog pude expressar minha opinião sobre o valor das pessoas e o que elas tem de melhor para oferecer. Certa de que este não será um texto pessimista ou de auto-ajuda, começarei.
Recebo notícias a todo momento de pessoas conhecidas (ou não), próximas (ou não), relatando sobre mortes, doenças, nascimentos e conquistas.
Veja bem, isto não é, de forma alguma, uma reclamação. Só parei para analisar mesmo.
São fatos opostos que se complementam. O que seria do ser sem o seu nascimento ou sem a sua morte? Que sentido teria a vida se não tivéssemos lutas para que houvessem vitórias?
Para que fim, afinal de contas, existem todos os fatos? Visto que, são coisas corriqueiras.
Nascemos e a cada segundo estamos mais próximos do dia em que será o nosso fim. Certamente você já ouviu isso em algum lugar. E, graças a Deus, só Ele sabe que dia é esse.
Mas mesmo sabendo que Deus conhece todos os meus dias, eu ainda estou caminhando para o fim deles. Não existe uma regressão. Ao mesmo tempo que estou perto do meu início, a cada letra digitada aqui, caminho para o meu fim.
Etapas concluídas, metas alcançadas, sonhos realizados e toda a gama de coisas relacionadas à esses termos são espécies de vitórias. Que me dão um certo pânico por sinal. Um pânico bom, porque é satisfatório perceber que conseguimos o que almejamos mas, e depois? Para que iremos lutar e correr? E agora? O que fazer?
Não tenho respostas, me desculpe.
Seguindo para o meu Last Day , começo a fazer indagações do tipo; E aí? Vai ser só isso? O que eu fiz de bom para o mundo até hoje?
Bom, sou estudante e a coisa que mais tenho gostado de fazer é dormir então, minha contribuição para o mundo não anda muito eficaz.
E como a ideia era não ser pessimista e nem uma indutora de auto-ajuda, percebi algumas coisas:

  1. É loucura viver como se hoje fosse o último dia.
Somos irresponsáveis, impetuosos, egocêntricos, ignorantes e insensíveis demais para aproveitar bem um último nascer do sol . Isso é um fato.

    2. Valorizar quem temos por perto ainda é a melhor saída.

O amanhã a Deus pertence, portanto não sabemos. Valorizar quem temos por perto é a melhor saída porque as chances de estarmos errando como pessoas diminuem consideravelmente.

   3. Modo de vida simples ( Reflexão baseada no capítulo 5 do livro " O Discípulo Radical" de John Stott.)

Exageros e regalias diminuem as chances de um bom caminhar. Viver de maneira simples onde tudo que é consumido é o que realmente se precisa. E não trato este valor dizendo apenas de coisas que podem ser tocadas ou experimentadas mas sim de conteúdos que não acrescentam ou que dispersam o pensamento de algo que faça sentido. Exagero de palavras, falta de ações, excesso de soberba intelectual também levam a morte precoce. Vivemos como reis e rainhas e caminhamos para um falecimento indigente. 

Por fim, sei que é estranho pensar nessas coisas. Mas é necessário. 
Estamos correndo contra o vento torcendo para que ele se torne uma brisa. 
Vou jogar essa intrigante questão no ar para que ela se torne uma motivação de dias melhores e prazerosos. Não que os dias ruins se acabarão, mas vão começar a ter algum sentido ou se tornarão mais leves.

"Não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo.." Filipenses 3:13 e 14a