quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Histórias

Acho que grande parte das pessoas que conheço não sabem que a coisa que mais gosto de fazer é escrever. E normalmente eu não divulgo muito isso. Mas a verdade é que eu acredito que essa foi a maneira de Deus me mostrar que apesar de todos os meus defeitos eu consigo fazer alguma coisa legal, pelo menos pra mim.
Escrever é a única forma em que consigo me expressar de forma íntegra. Eu escrevo histórias, reflexões, poemas, orações desde os sete anos de idade com a esperança de que alguma dia alguém pudesse lê-los e pensar : "Poxa vida, isso faz sentido." ou "Nossa, que maluca essa garota. Vou comprar esse livro!" (Sim, eu tive vontade de escrever um livro). Mas a minha inspiração me separava da minha realidade e isso era um problema. Eu criava mundos onde tudo que existia, de maneira alguma, se contextualizava comigo ou com o que eu vivia naquele momento, Mas mesmo assim eu continuei escrevendo. Minhas leituras se intensificavam e as pessoas se espantavam comigo. Trocava cartas com amigos (cartas mesmo: papel e caneta) e, por mais que eu estude tecnologias hoje em dia, eu acredito que o melhor presente que você pode dar à alguém é uma boa carta ainda que não encontre boas palavras para fazê-la.
Enfim, acho que eu ando me cobrando demais e me esquecendo das coisas simples. Não sei se acontece o mesmo com você que está lendo isso agora mas eu sou daquelas que gosta de sentar no chão e sentir uma brisa fina em um dia de calor, ou seja, de parar e olhar para as coisas simples e agradecer por tudo ser assim, por mais difícil que as coisas estejam.
É tão simples ser alguém que todos admiram ou que invejam ser, o difícil é ser quem realmente gostaríamos de ser. E chegando ao final de uma grande etapa de nossas vidas, olhamos para trás e pensamos : "Onde eu estava quando essa flor nasceu?" ou "Tudo bem, eu consegui, mas parece que ainda falta algo," E esse "algo" poderia ser o simples, o convencional ou uma ingênua chance que Deus nos daria de conhecermos algo que nos faria fazer tudo o que fizemos outra vez mas de maneira mais doce.
A rotina e as cobranças que sofremos todos os dias nos afastam das coisas simples e se hoje estamos cansados é porque nos esquecemos delas.
Não digo e nem faço alguma espécie de apologia ao "chute o balde, largue tudo e seja feliz" , porque acredito na responsabilidade e nos bons frutos que ela é capaz de produzir.  Mas ainda sim, acredito que a vida valeria mais se experimentássemos vivê-la em paz.
Eu sinto paz ao escrever, por isso o faço. E sei que as histórias que escrevo provavelmente não servirão de nada, mas a história da minha vida - se eu me atrever à vivê-la- certamente terá um grande e emocionante final como naqueles livros antigos de romance e aventura.
Acredito que a paz que excede todo o entendimento acompanha corações descansados e leves.
Só espero que as nossas histórias sejam boas de serem escritas e contadas.
Tente escrever para um amigo hoje e se o serviço dos correios não funcionar, use os eletrônicos (mas só se não tiver jeito mesmo).  Ah, e ouça sua música preferida enquanto escreve. Vai por mim, é uma ótima sensação.

Beijos,
Com carinho,
Giu